terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O legado de Steve Jobs

Ele convidou um bom amigo a um jantar. Despediu-se de amigos de longa data. Ofereceu alguns conselhos aos seus executivos. Começou um novo tratamento e disse a amigos que havia motivo de esperança. Steven Jobs passou as suas últimas semanas, como sempre, controlando suas escolhas. Num discurso aos formandos da Universidade Stanford em 2005, Steve disse que “a morte provavelmente é a melhor invenção da vida”. Ele ainda disse que o benefício da morte é que ela leva uma pessoa a não desperdiçar sua vida seguindo as escolhas dos outros.

Conhecido por sua personalidade totalitária e explosiva, o menino adotado, que fugiu da universidade e abriu uma fábrica de computadores na garagem de casa, deixou-nos um legado de produtos que revolucionaram profundamente a indústria de computadores pessoais, da música, dos telefones móveis e da imprensa.

LEGADOS

Steve Paul Jobs nasceu em 24 de fevereiro de 1955, em Los Altos, Califórnia. Foi adotado pelo metalúrgico Paul Jobs, que junto com sua esposa, deram a melhor educação possível a Jobs. Aos 17 anos, Steve abandona a faculdade seis meses depois, devidos aos altos custos. Ao completar 20 anos, Jobs funda na garagem de seu pai, com seu amigo Steve Wozniak a Apple. Com o Macintosh, lançado em 1984, Steve levou a milhares de usuários a facilidade de utilizar os computadores pessoais.

Acostumados com a extrema qualidade dos projetos gráficos das editoras de revistas, livros e jornais atuais, não imaginaríamos que toda esta agilidade industrial foi graças a Steve. Ele inaugurou a era da editoração eletrônica com o lançamento do programa Aldus PageMaker.

Steve sai da Apple em 1985, após brigas internas. Impulsionado por seu espírito empreendedor, Jobs compra por 10 milhões de dólares a Pixar, companhia de computação gráfica de George Lucas, o criador de Guerra nas Estrelas. Ele lançou filmes que revolucionaram o campo da animação 3D, como Toy Story 3, em 2011, que concorre a melhor filme no Oscar.

Num momento em que a indústria fonográfica já estava perdendo para a pirataria, Steve Jobs, em 1998, inova ao desenvolver o iPod. O primeiro dispositivo já era capaz de armazenar mais de mil músicas. "Não apenas conseguiu produzir um dispositivo de grande sucesso comercial, [...] mas também a iTunes se tornou o distribuidor de música mais bem-sucedido do planeta.", apontou o analista Michael Gartenberg.

Em 2001, Steve revoluciona novamente com o lançamento do iPhone. Até então era difícil distinguir um celular dos outros. Serviam somente para fazer e receber ligações, e no máximo tirar fotos. O iPhone trouxe um conceito mágico: manusear os dispositivos eletrônicos com a ponta dos dedos, além da facilidade da criação de aplicativos.

O velho Jobs passou por uma cirurgia de remoção de um tumor no pâncreas, aos 49 anos, em julho de 2004, a mesma que o levou a morte no dia 5 de outubro de 2011. A doença não abalou o espírito inovador de Steve, que em 2007, lançou o iPad em 2007. Mal foram lançados os notebooks como máquinas dos futuros, e já estavam ultrapassadas. Ele fez reviver novamente a indústria de livros, revistas e jornais.

Agora imagine um mundo onde você pudesse acessar seus arquivos de qualquer lugar, de qualquer dispositivo. Onde perder um aparelho não significaria perder tudo. Tudo isso já não é mais ficção. Jobs anunciou, em julho deste ano, o iCloud. Fotos, músicas e aplicativos estarão, agora, guardados em potentes servidores, na chamada “nuvem”.

“Os produtos de Steve Jobs tiveram tanto impacto em nossa cultura quanto o telefone e o carro. O mundo seria um lugar mais pobre caso não tivéssemos acesso às invenções dele”, apontou o escritor Leander Kahney. "Steve estava entre os maiores inovadores americanos, disse Obama, corajoso o suficiente para pensar diferente, ousado o suficiente para acreditar que ele poderia mudar o mundo e talentoso o suficiente para fazê-lo".